domingo, fevereiro 05, 2006

5 de Fevereiro de 1936

É hoje! Setenta anos! Setenta anos é bodas de quê? Bodas de vinho. E há setenta anos o casamento de dona Sylvia com seu mais-que-competente anjo da guarda bebe dessa alegria.

Não sei como tu olhas para trás, mas deves olhar com olhos satisfeitos. Mãe de quatro filhos, quatro ricas criaturas que buscam nas suas famílias passar a educação eficiente que tiveram contigo. Foste avó de onze netos, viste crescer em épocas diferentes pessoas distintas e te viu amando como mãe novamente. Foste mulher do teu marido. Aliás, a mulher que todo marido sonharia em ter, com certeza, paciente, dedicada, confidente, guerreira. Guerreira... Foste guerreira da tua vida. Conseguiste se manter fazendo um trabalho que ama, conseguiste se manter em pé, manter em pé uma casa, manter em pé uma família, conseguiste nunca cair. Tuas certezas sempre foram peso p'ra porta. Porta que sempre esteve aberta para todos. Aquela casa cheia é prova disso.

Não sei como tu olhas para frente, mas deves olhar com os melhores olhos também. Ainda há muito que viver, temos certeza disso. E eu sempre estarei ao teu lado para o que for preciso. Quero que tu sejas não só a melhor mãe, a melhor avó, a melhor esposa, a guerreira, quero que tu conheças teu bisneto também. Um dia, quem sabe.

Amo-te, minha melhor amiga. Nem mais nem menos. Amo-te exatamente na mesma proporção de sempre. Quando nossa casa grande parecia maior ainda e eu dormia no teu barrigão porque o dia havia me cansado muito...

Obrigado, vó. Feliz aniversário.

(Solano Lucena)