sábado, setembro 30, 2006

Pela Estrada Afora

Uma cruz, três marias, dois irmãos.

Uma cruz, três marias, dois irmãos. Uma pedra, dois caminhos, três percalços. Três corpos, dois relembram uma oração. Dois mortos, nenhum vivo e um cansaço.

Uma carta, um alento e um coração. E a correnteza leva a folha mar abaixo. É virtude, é enfermo e é velado o coração que se detém desenganado.

Não, por favor, não puxe o gatilho. Por gentileza, não provoque o disparo. Um amigo é uma tenda no caminho que, por ser amigo, não lhe nega seu amparo.

Não condene a vida dos outros nem espere que alguém te siga, a diferença é um dom para poucos. É a liberdade que o respeito lhe abriga.

E o coração? Um órgão direito que à esquerda do peito bate o gostar. E o amor é social em seu conceito: mendigas juras, mas que aceito por amar.

Uma cruz, três marias, dois irmãos.

(Solano Lucena)