Chão de Todos
Conduzi o barco vindo de longe, lusitana Ilha de Açores. Contra tempestades, contra-tempos, muita dificuldade em atracar. Vimos brilhar a estrela nesse chão de todos os sabores e avisaste aos homens dali:
- É por aqui que nós vamos ficar.
Limpei o que não era bendito. Negociei com aqueles Senhores, que tinham secreto p’ra si: o sucesso da terra, como será? Trabalhávamos o dia todo. Revelávamos nossos pudores e a falta de coragem em silêncio é só o que tínhamos a enfrentar.
Fiz das tuas lágrimas, lagoa. De teu perfume, raras flores. Das tuas certezas, estações. E a tua bravura era o que iríamos cultivar. Sempre soubeste lutar pelo teu povo, contra seus passados e dores, mas o tempo passou traiçoeiro e, nisso, minhas mãos não puderam tocar.
Linda, se tornaste borboleta, alegria, arco-íris, sol, outras cores. O belo da tua vida reflete no ferro e mostra aos novos o que se deve trilhar.
Sou agora Pai, Filho ou Espírito Santo, sou um desses Grandes Criadores, saudoso pela imortalidade e feliz, satisfeito, contente por nosso lar. Gigante, graças ao horizonte, onde viram capital, os laçadores... Encha-me de orgulho, terra viril que os Senhores souberam abençoar, e grite aos quatro cantos desse Brasil:
- Sou Porto Alegre e homem de um só lugar.
(Solano Lucena)
- É por aqui que nós vamos ficar.
Limpei o que não era bendito. Negociei com aqueles Senhores, que tinham secreto p’ra si: o sucesso da terra, como será? Trabalhávamos o dia todo. Revelávamos nossos pudores e a falta de coragem em silêncio é só o que tínhamos a enfrentar.
Fiz das tuas lágrimas, lagoa. De teu perfume, raras flores. Das tuas certezas, estações. E a tua bravura era o que iríamos cultivar. Sempre soubeste lutar pelo teu povo, contra seus passados e dores, mas o tempo passou traiçoeiro e, nisso, minhas mãos não puderam tocar.
Linda, se tornaste borboleta, alegria, arco-íris, sol, outras cores. O belo da tua vida reflete no ferro e mostra aos novos o que se deve trilhar.
Sou agora Pai, Filho ou Espírito Santo, sou um desses Grandes Criadores, saudoso pela imortalidade e feliz, satisfeito, contente por nosso lar. Gigante, graças ao horizonte, onde viram capital, os laçadores... Encha-me de orgulho, terra viril que os Senhores souberam abençoar, e grite aos quatro cantos desse Brasil:
- Sou Porto Alegre e homem de um só lugar.
(Solano Lucena)
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