sexta-feira, agosto 24, 2007

Adriano abre a janela

A noite se esconde na vergonha da esquina com suas meninas de pernas p'ro ar. Nenhum farol ofusca o brilho que anima o ponto. A heroína faz um carro parar.

Beco escuro. Chama a dama a buzina. Sob o olhar da cafetina, um código particular. Desce o vidro e a saia p'ra cima.

Tu vai ser minha china até o dia raiar.

Larga do carro numa manhã de neblina. Perfume, suor e nicotina, um corpo de estar (...) guardando o mundo por dentro da vagina, mas o amor, que é obra-prima, dessa vez não foi possível levar.

(Solano Lucena)