A Saga da Floreira
As flores amam o vaso sanitário. Não o vaso floral, as flores amam o vaso sanitário.
As flores saem perfeitas da floricultura. E como chegam? Algumas despetaladas, outras murchas. Culpam o motoqueiro, a loja, o clima, o olho grande da ex. Mas a culpa, a culpa é da própria flor.
A flor foi feita p'ra ser bonita, mas não p'ra ser amada. Ela gosta que a joguem no vaso e puxem a descarga. A flor torce para que a mulher que a receberá não goste do cara que mandou.
O vaso não-sanitário é bom. Confortante, mas quem disse que flores precisam disso? Flores gostam de aventuras, como a patente do banheiro público. A mulher se descabelando de raiva e mandando o cara p'ra puta-que-pariu e afogando o buquê naquela água suja de vômito de bêbado. Aí, ela puxa a descarga e entope os canos. Assim.
Fodam-se os canos também, as flores são masoquistas, é no Arroio Dilúvio que elas se sentem bem, na imundice do Guaíba. E essa imundice beira a Ilha das Flores.
(Solano Lucena)
As flores saem perfeitas da floricultura. E como chegam? Algumas despetaladas, outras murchas. Culpam o motoqueiro, a loja, o clima, o olho grande da ex. Mas a culpa, a culpa é da própria flor.
A flor foi feita p'ra ser bonita, mas não p'ra ser amada. Ela gosta que a joguem no vaso e puxem a descarga. A flor torce para que a mulher que a receberá não goste do cara que mandou.
O vaso não-sanitário é bom. Confortante, mas quem disse que flores precisam disso? Flores gostam de aventuras, como a patente do banheiro público. A mulher se descabelando de raiva e mandando o cara p'ra puta-que-pariu e afogando o buquê naquela água suja de vômito de bêbado. Aí, ela puxa a descarga e entope os canos. Assim.
Fodam-se os canos também, as flores são masoquistas, é no Arroio Dilúvio que elas se sentem bem, na imundice do Guaíba. E essa imundice beira a Ilha das Flores.
(Solano Lucena)
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