segunda-feira, maio 02, 2005

Poesia

A poesia não salta aos olhos de quem ama. Ela propositalmente se despedaça como louça e corta pulsos com seus cacos. O sangue jorra sobre o papel e traça formas bonitas. O hematoma se infla de orgulho. E o acidente é guardado no fundo da gaveta mais escura - junto dos seus temores e algumas revistas... Poemas de amor verdadeiro não são entregues. É praticamente uma lei. E não há poesia alguma em ser perdedor.

(Solano Lucena)