domingo, junho 19, 2005

Prazer, a palavra mágica

Não existe palavra menos compreendida no nosso vocabulário que "prazer". Ela é única. Possuída por cada pessoa. Prazer é algo tão pessoal que não assimilamos da mesma forma. Há quem considere o cúmulo do prazer morder bala de iogurte, enquanto o outro gosta de arrancar pernas e braços humanos com uma motoserra. Tudo pode ser prazeroso. Videogame, Sprite gelada, polenta frita, ventilador, disco novo.

Além dessas, claro, prazer tem o formato sexual também. "Conforto e prazer ao seu alcance", saxofone ao fundo e um letreiro que dá ênfase no endereço. Deve ter alguém que sente prazer só de ver propagandas de motel. Outros preferem as políticas. Roberto Carlos, banho de açude, girassol, liquidificador, torta russa, roupa combinando.

Como falar de prazeres com alguém, então? As pessoas não entendem a mesma coisa que você. O que será que a Angelina Jolie acha prazeroso? E a Fernanda Lima? E o Palocci? Tanto faz o Palocci, não me seria prazeroso saber...

Não gosto de tudo. Nem de balas de iogurte nem de Antônio Palocci nem de propagandas bizarras. Não acho grande coisa. Embora, nunca tenha cortado alguém com uma motoserra... Agora, uma coisa que eu acho muito prazeroso, muito mesmo, é acabar um texto sem propósito. Meu Deus, como é bom...

(Solano Lucena)