Adriana abre a janela
(ouvindo Rage Against the Machine)
Acordara cedo para ir à escola, mas nem suspeitava que aquela manhã era uma manhã de sábado. Foi só quando sua mãe lhe avisou, que resolveu, então, voltar para o quarto. Adriana não tinha mais o que fazer. Resolveu abrir a janela para que se iniciasse o dia, não tinha sono.
Levantou vagarosamente o vidro pesado, sentindo o vento frio que vinha da rua. Ao se deparar com a veneziana, seu celular tocou o tema da Pantera Cor-de-rosa. Adriana atendeu seu namorado bêbado, que queria reclamar de novo sobre a falta de vontade dela em ir à festas com ele, queria dizer a ela como era mesquinha, pequena, como existiam outras meninas mais interessantes, que sabiam conversar, diferente dela. Disse também que estava enojado e... Ela resolveu desligar para não ter de se chatear mais. Abriu a veneziana. O dia estava nublado.
A vista de seu quarto era o subúrbio da cidade onde morava. E ela odiava. Detestava ver policiais entrando armados nas casas das pessoas pobrinhas. Outras com jeito mal-encarado a olhando de uma forma diferente. Não gostava que sua campainha fosse tocada. Sentia pena de quem pedia, mas não dava nada também. Sentia nojo de quem roubava, pena de morte para vândalos, por que não? Era melhor fechar a janela, ler o Vidas Secas para a escola e ouvir aquela música do Rage Against the Machine que adorava, Renegades of Funk.
O que aconteceu ali foi que uma bala perdida feriu uma moradora do condomínio. E que a vida de Adriana nunca mais foi a mesma.
(Solano Lucena)
Acordara cedo para ir à escola, mas nem suspeitava que aquela manhã era uma manhã de sábado. Foi só quando sua mãe lhe avisou, que resolveu, então, voltar para o quarto. Adriana não tinha mais o que fazer. Resolveu abrir a janela para que se iniciasse o dia, não tinha sono.
Levantou vagarosamente o vidro pesado, sentindo o vento frio que vinha da rua. Ao se deparar com a veneziana, seu celular tocou o tema da Pantera Cor-de-rosa. Adriana atendeu seu namorado bêbado, que queria reclamar de novo sobre a falta de vontade dela em ir à festas com ele, queria dizer a ela como era mesquinha, pequena, como existiam outras meninas mais interessantes, que sabiam conversar, diferente dela. Disse também que estava enojado e... Ela resolveu desligar para não ter de se chatear mais. Abriu a veneziana. O dia estava nublado.
A vista de seu quarto era o subúrbio da cidade onde morava. E ela odiava. Detestava ver policiais entrando armados nas casas das pessoas pobrinhas. Outras com jeito mal-encarado a olhando de uma forma diferente. Não gostava que sua campainha fosse tocada. Sentia pena de quem pedia, mas não dava nada também. Sentia nojo de quem roubava, pena de morte para vândalos, por que não? Era melhor fechar a janela, ler o Vidas Secas para a escola e ouvir aquela música do Rage Against the Machine que adorava, Renegades of Funk.
O que aconteceu ali foi que uma bala perdida feriu uma moradora do condomínio. E que a vida de Adriana nunca mais foi a mesma.
(Solano Lucena)
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