Horizontes
Um ancião segurava uma vela. Corcunda, caminhava por um corredor escuro. Nesse corredor, mais velas nas paredes. Ele seguia, de vela em vela, as acendendo... De vela em vela. De vela em vela. Uma por uma. Pacientemente. Ele seguia. Curtos passos, silenciosas palavras. O lugar, antes escuro, se tornava claro. Sim, se tornava claro. A última vela seria fixada com sua própria cera.
E, então, iluminada era a casa! E o que se via? Uma imagem de homem no altar! E como era esse homem? Era velho e parecia bom, parecia acreditar em muitas coisas! Esse homem era ele? Esse homem era ele!
Sim, o lugar se tornava claro e esse homem era ele! Era uma antiga dívida, e esse homem era ele. Promessa para si quando jovem. Ele o louvava! Pulava sobre um pé e gritava palavras, palavras indecifráveis! Oraumgaê! Hamnerum! Catharam! Hahahahaha! Ria alto e parecia satisfeito! Esse homem era ele! Era ele! Esse homem era ele!
N’um segundo, fez silêncio. Percorria as velas. Assoprava... Uma por uma. Vela por vela. Vela por vela! Batia no peito, como se fizesse um sinal. O lugar era escuro de repente. Trancava bem a porta do corredor. E fazia-se corcunda novamente.
Uma porta. Do lado de dentro, tudo que ele acreditava. Fora, estava. A crença somente era praticada n’um degrau abaixo. Não havia perguntas ou respostas. Só imagem. E, tudo que havia nessa imagem, era a perfeição.
(Solano Lucena)
E, então, iluminada era a casa! E o que se via? Uma imagem de homem no altar! E como era esse homem? Era velho e parecia bom, parecia acreditar em muitas coisas! Esse homem era ele? Esse homem era ele!
Sim, o lugar se tornava claro e esse homem era ele! Era uma antiga dívida, e esse homem era ele. Promessa para si quando jovem. Ele o louvava! Pulava sobre um pé e gritava palavras, palavras indecifráveis! Oraumgaê! Hamnerum! Catharam! Hahahahaha! Ria alto e parecia satisfeito! Esse homem era ele! Era ele! Esse homem era ele!
N’um segundo, fez silêncio. Percorria as velas. Assoprava... Uma por uma. Vela por vela. Vela por vela! Batia no peito, como se fizesse um sinal. O lugar era escuro de repente. Trancava bem a porta do corredor. E fazia-se corcunda novamente.
Uma porta. Do lado de dentro, tudo que ele acreditava. Fora, estava. A crença somente era praticada n’um degrau abaixo. Não havia perguntas ou respostas. Só imagem. E, tudo que havia nessa imagem, era a perfeição.
(Solano Lucena)
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