quarta-feira, junho 29, 2005

Será o nosso fim?

Sua arquiinimiga conseguiu novamente. Mas não por muito tempo. Ao chegar no templo sagrado, desembainhava sua espada; estava à frente de sua pior ameaça. Ela, a ameaça, havia já lhe dado trabalho em outras ocasiões. Era espadachim e trabalhava para um clã de traidores. Ela havia matado sua mulher e seus filhos. Ele, jurado que os vingaria. Ela era uma das mais poderosas na arte da arma branca. Ele a respeitava.

Olhavam-se fixo. Ela estava em posição de defesa, seu forte, o contra-ataque. Ela possuía um florete guardado na cintura. Era belíssima. A mulher mais bela que já havia visto em toda vida. Era inteligentíssima também. Possivelmente não será essa a última vez que lutariam. Era a mulher que quis fazer de sua vida um inferno. E conseguia...

Em um momento, abaixou sua espada. Ajoelhou-se perante ela. Colocou sua cabeça ao chão e jurou obediência. Afirmou que seria servo. Disse que poderia fazer o que quisesse, apenas pertencê-la o importava. E se expôs como homem aos seus pés.

Ela via desacreditada... Esboçou um sorriso no rosto... E se pôs em posição de ataque. Enquanto escorria sangue, excremento e saliva, o olho direito era mastigado dentro da boca da mulher de dentes brancos. E o olho esquerdo lacrimejante via tudo através de suas pálpebras forçadamente abertas.

(Solano Lucena)