sábado, setembro 24, 2005

A Invasão

Mas ninguém haverá de invadir o castelo. Paredes grossas nos separam do mundo. Lábios finos declamam amarguras de uma vida, e incendeio vagarosamente.

Onde homem antes não havia visto? Onde não preenchia o espaço vago dentro de mim? Serás tudo, e eu algo. Serás a dor e a cura. O bom e o mau. O céu e o inferno. Meu prazer e meu pecado. Minhas condições, meu amor...

Enquanto fizeres da nossa casa castelo, te amo. Enquanto trouxeres a admiração de tantos, te amo. Enquanto fizeres sorrisos em mim, te amo. Enquanto a noite for dia, enquanto as coisas estiverem no lugar, enquanto não conhecer o que passa aí dentro.

E enquanto tiveres força para me apresentar somente o que há de melhor em ti, meu amor, eu te amo.

(Solano Lucena)