De Preto
Sim, não pediria p’ra ficar, se não fosse. Não imaginava acordar ao te ouvir, tais palavras. Talvez exista uma chance ainda. Olhar atrás de ti, ver coisas que colori. Onde estava minha cabeça ao imaginar ser eterno? Por que não aprendi que a eternidade não é ser invencível? Onde é que decidimos pelo pedaço bom das lembranças? Por que teu vulto insiste em bater na porta do meu quarto? Teu vulto insiste em bater na porta do meu quarto... Quando abro, ele me chama. E, ao pé d’ouvido, vem me dizer, suavemente, com voz doce e sorrateira, que eu morri.
(Solano Lucena)
(Solano Lucena)
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