Fico pasmo ao ver como as pessoas podem ser tão indelicadas. Eu me espanto como alguém pode passar frio. Indigna-me como alguém pode sentir fome. Um dia desses vi um mendigo revirando sacos e sacos de lixo em plena luz do dia. Não encontrava nada. Era visível seu desespero. Até que, no meio de um, encontrou uma embalagem de desodorante. Desodorante! Devia ter ainda um restinho e ele passou na barba, nos cabelos, na roupa, na boca. Escondia, ao menos, o antigo odor no perfume de aerosol que pôs.
Até que veio uma loira de mini-saia e o arrastou para o conversível dela. Saíram sorridentes e irresponsáveis por aí. E eu fiquei olhando. Fui até o saco de lixo e, sem ninguém notar, pus aquele desodorante na minha pasta...
(Solano Lucena)
Até que veio uma loira de mini-saia e o arrastou para o conversível dela. Saíram sorridentes e irresponsáveis por aí. E eu fiquei olhando. Fui até o saco de lixo e, sem ninguém notar, pus aquele desodorante na minha pasta...
(Solano Lucena)
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