Rua dos Mal-me-queres
Se arrumava para ir ao baile a Margarida, quando avistara dali um rapaz que sorria de nervoso na descida da sua rua, da rua da casa de seus pais. Trazia ele na bicicleta flores. Uma cesta de suas favoritas. Pintava aquela cena com novas cores, solidão, vai embora, dá lugar à vida.
Enquanto isso, sua irmã corre da janela aos berros na varanda, ele te ama, ele te ama! E na casa de bonecas, o jardineiro no gramado de crochê com a corda toda também exclama, ele te ama, ele te ama!
Correu para pegar o mais belo batom, na frente do espelho se sorria toda. Era amada e, sabia, isso era tão bom, só não queria fazer papel de boba, porque o Cravo brigou com a Rosa e, como não suportara a separação, refazia-se com namoradas novas, arranjaria p’ra si agora um outro botão.
Em outra casa, a vizinha da frente pára o tricô em sua cama, ele te ama, ele te ama! E da sacada da mansão chique, anuncia séria a primeira dama, ele te ama, ele te ama!
Parou em frente à casa a bicicleta.
Fez-se um silêncio que parara a praça.
- Aqui é a casa da Dona Violeta?
- Não, é a casa da flor sem graça.
(Solano Lucena)
Enquanto isso, sua irmã corre da janela aos berros na varanda, ele te ama, ele te ama! E na casa de bonecas, o jardineiro no gramado de crochê com a corda toda também exclama, ele te ama, ele te ama!
Correu para pegar o mais belo batom, na frente do espelho se sorria toda. Era amada e, sabia, isso era tão bom, só não queria fazer papel de boba, porque o Cravo brigou com a Rosa e, como não suportara a separação, refazia-se com namoradas novas, arranjaria p’ra si agora um outro botão.
Em outra casa, a vizinha da frente pára o tricô em sua cama, ele te ama, ele te ama! E da sacada da mansão chique, anuncia séria a primeira dama, ele te ama, ele te ama!
Parou em frente à casa a bicicleta.
Fez-se um silêncio que parara a praça.
- Aqui é a casa da Dona Violeta?
- Não, é a casa da flor sem graça.
(Solano Lucena)
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