Extras
Exatos anos e mundanos danos. A ditadura explodia, quando um célebre funcionário de um jornal noticiava por toda parte. É a nossa vida uma merda.
Mas, a nossa vida, uma merda? Como? Não é, então, (ponha um nome presidencial aqui) o salvador da nação? Dois moços de livros grossos nas mãos lhes disseram que não. Eis que um país se divide em três, os bons, os maus e os céticos.
Bombas, bons e receitas de bolo no recheio das revistas de assuntos diversos. No cinema, um filme. Um homem levanta uma bandeira. Uma bandeira que a maioria conhecia. Com dizeres que estavam por ali. E era ali que a desordem se escondia.
A palavra justiça figurava em bocas, bombas, bons e receitas de bolo. Pálido, ele cavava, com uma colherinha de plástico, uma saída. Uma saída para o primeiro mundo, que estava logo ali, abaixo. O céu já não cabia mais em si. Ao seu lado, um chapéu virado acabaria se tornando lenda e exemplo para futuros conterrâneos: o buraco do chapéu se preenchia com dinheiro por aqueles que entendiam de economia e sociologia naquele lugarejo.
Grupos extremistas, quadrilhas anarquistas, notícias de fascistas e um senhor sentado à mesa, à frente de uma xícara de café preto, uma fatia de pão preto e um pote de margarina light. E moscas. Muitas moscas. Devem ser delas as migalhas no chão. Vivo que é vivo, é rico. A morte inventava o pobre.
Vivo que é vivo, vinha da América. Diretamente de lá, a literatura de rua. Não saia de casa amanhã! Você conhece alguém que morreu engasgado com uma espinha de peixe? Não saia de casa amanhã. Diretamente de lá, a liberdade.
E na cozinha, uma cozinheira cabocla morta: fome, a saliva era verminosamente amaldiçoada. No banheiro, um filho de bom berço lavava seu membro, ele perderá sua inocência hoje. Na cama, uma cortesã intrigada. Precisava ir ao interior tratar dos papéis, morte. Sua mãe. Seu parceiro comia, então, a sua preocupação.
A alienação vive feliz em sua excentricidade. E um homem triste reinventa a salvação para a baixa auto-estima. Um samba.
(Solano Lucena)
Mas, a nossa vida, uma merda? Como? Não é, então, (ponha um nome presidencial aqui) o salvador da nação? Dois moços de livros grossos nas mãos lhes disseram que não. Eis que um país se divide em três, os bons, os maus e os céticos.
Bombas, bons e receitas de bolo no recheio das revistas de assuntos diversos. No cinema, um filme. Um homem levanta uma bandeira. Uma bandeira que a maioria conhecia. Com dizeres que estavam por ali. E era ali que a desordem se escondia.
A palavra justiça figurava em bocas, bombas, bons e receitas de bolo. Pálido, ele cavava, com uma colherinha de plástico, uma saída. Uma saída para o primeiro mundo, que estava logo ali, abaixo. O céu já não cabia mais em si. Ao seu lado, um chapéu virado acabaria se tornando lenda e exemplo para futuros conterrâneos: o buraco do chapéu se preenchia com dinheiro por aqueles que entendiam de economia e sociologia naquele lugarejo.
Grupos extremistas, quadrilhas anarquistas, notícias de fascistas e um senhor sentado à mesa, à frente de uma xícara de café preto, uma fatia de pão preto e um pote de margarina light. E moscas. Muitas moscas. Devem ser delas as migalhas no chão. Vivo que é vivo, é rico. A morte inventava o pobre.
Vivo que é vivo, vinha da América. Diretamente de lá, a literatura de rua. Não saia de casa amanhã! Você conhece alguém que morreu engasgado com uma espinha de peixe? Não saia de casa amanhã. Diretamente de lá, a liberdade.
E na cozinha, uma cozinheira cabocla morta: fome, a saliva era verminosamente amaldiçoada. No banheiro, um filho de bom berço lavava seu membro, ele perderá sua inocência hoje. Na cama, uma cortesã intrigada. Precisava ir ao interior tratar dos papéis, morte. Sua mãe. Seu parceiro comia, então, a sua preocupação.
A alienação vive feliz em sua excentricidade. E um homem triste reinventa a salvação para a baixa auto-estima. Um samba.
(Solano Lucena)