quinta-feira, julho 21, 2005

A História é que não

Eu gosto de meninas de Fotolog, a História é que não.

The Fotolog's Girls

As meninas do Fotolog são bruxas. As meninas do Fotolog são ameaças. As meninas do Fotolog devem ser queimadas na fogueira dos pecados. Essas meninas são meninas que dormem em um quarto sem janelas. Que carregam no ventre um menino deus. E oferecem maçãs p’ro único amor de suas vidas. As meninas do Fotolog alimentam frutos.

Essas meninas desses fotologs bordam para esquecer de seu tempo. Retardar a dor. Meninas de fotologs são negras pálidas. Meninas de fotologs são senhoras simpáticas. Elas ainda esperam em casa o marido chegar na madrugada. Por quê? Porque as meninas do Fotolog amam demais. Se bem que essas meninas parecem mais meninos de uns tempos p’ra cá...

Todas as meninas do Fotolog guardam, em si mesmas, a mesma conquista.

(Solano Lucena)

Contabilizando estrelas

Do alto do telhado da vivenda da chácara, um casal de amigos vê o céu deitado sobre uma toalha de rosto. Um deles falava, a outra ouvia. Um deles possuía um grande amor engatilhado: ela, ele adorava a forma como o mundo parecia mágico em sua inocência. Já a outra, tinha uma outra grande paixão, a astronomia, mesmo não conhecendo muito ainda. Amava ter aquele espaço infinito, incabível em seus olhos, para si. Somente para si em sua particularidade.

- Céu é aquilo que se sobressai sob nossas cabeças. Algo como uma senil e grande abóbada. E astronomia é o tipo de arquitetura utilizada para a construção anil dessa grande abóbada.

Aos poucos, ele punha a cabeça em seu ombro. De forma que ficassem de frente para a lua prateada. O sereno da noite era a música que ilustrava o momento. Apontava para ela as estrelas, estrela por estrela. Inventava nomes de constelações às vezes. Às vezes acertava. Às vezes mudava de assunto. Em outras vezes se perdia no brilho dos olhos dela a se descobrir. A música era o sereno da noite e nunca será esquecida.

- A lua prateada é um caríssimo e belíssimo enfeite importado. As estrelas são furos propositais na engenharia da abóbada que fazem vazar, por eles, luz... Luz!

Talvez fosse esse o momento! No encantamento do brilho de seus olhos, ele tornou extensão da natureza. Desengatilhou o amor que estava prestes a explodir e apontou para a estrela mais linda, aquela dos desejos submersos no escuro. Palavras bonitas a confortavam em suas idéias.

No final, ela lhe dirá que não quer nada dele... Tomara que não. Mas está escrito no destino, não há como mudar. Mas tomara que haja. Por que, quando ele olhar novamente para cima, e não houver nuvens, santas ou aviões, pensará consigo mesmo: é só o céu.

(Solano Lucena)

Estranho

Estranho. Ele era estranho. Sentia saudade da mulher que ainda não conhecia. Mas conheceria. E seria bom. Ele tinha certeza que a encontraria, seja lhe pedindo fogo para acender um vício ou pedindo uma explicação de onde estava, para onde iria, como faria...

Ela pegaria em sua mão e sairiam voando pelo mundo. Ela também era muito estranha. Não acreditavam em si mesmos. Estavam num bistrô europeu bebendo vinho europeu e reclamando do frio asiático. Estavam em São Sebastião do Caí pedindo informações pela janela do carro. Estavam na área de serviço lavando camisas sujas de batom. Sujas por Ela, claaaro...

Conheceriam a vida pelos seus óculos de sol de girassol. Acabariam brigando. Depois voltariam a se entender. Mas brigariam de novo. Ele ligaria para ela às três da manhã para dizer que a ama. Ela pedirá para ele ligar em horário comercial e voltará a dormir. Ele acordará desanimado, ela acordará com outra ligação.

Eles esqueceriam o dia que se conheceram. Ele não tinha fogo, mas ela não fumava mesmo. Se tivessem um filho, ele se chamaria Rodrigo. Não, Gibraltar. Mas Gibraltar não é nome de criança! Ela queria Gibraltar. Ele não queria mais ter filhos.

Ele lhe mandaria um buquê. Um buquê de trigos. Sim, trigos. Anexo a ele, um bilhete. O que vem a ser o amor, senão o campo onde semeia o bem? O campo onde conquistamos, residimos, vestimos. Do nosso amor, fizemos pão. É o pão que cada dia nos abriga, mas é o amor que nos alimenta.

E ela morreria de amores por ele. Morreria ou mataria? Eles combinariam de morrer juntos. Unificar o espírito, acreditar em algo. Amor ou morte? Morrer pelo coração. Eles morreriam em lençóis borrados. Dois corpos em penetração. Românticos diriam que era o olhar do artista. De ambos. Psicanalistas diriam que era um distúrbio emocional. Dois. E os céticos dirão que era só uma fase. Mas que, logo logo, passaria...

(Solano Lucena)

sábado, julho 09, 2005

23:29, 31/12/05

Ele adentrava a casa e conhecia tudo aquilo muito bem. Aquelas janelas marrons, aquela estante vinda de Portugal, aqueles meninos na foto... Quando ela descia, ele pôde contar, vim passar o reveillon contigo. Ela não era mais a mesma, nem sorriso deu. Fez que sim com a cabeça e foi lavar a louça. Ele estranhou, mas se sentou à mesa e ficou ali perguntando, tio por tio. Ela respondia. Soubera que o tio Dalton morreu de Aids e que ele era viado. O tio Cláudio fugiu com a empregada e deixou mulher e filhos sem nada.

Foi quando ele perguntou da sua irmã caçula, Martinha, ela desligou a torneira. Secou as mãos. Olhou-o de uma forma séria e pediu para que aquele nome não fosse mais mencionado naquela casa.

Ele estava sereno. Olhava para cada canto com uma curiosidade ímpar. Como essa casa sobreviveu tanto tempo? Ela lhe perguntou o que fazia. Como fazia. Onde fazia. E se não era perigoso vasculhar a conta do banco de homens poderosos de Brasília. É, sim, mas é o que eu faço.

Na parede, uma lagartixa percorria a sala até o armário da cozinha. Ele acendeu um cigarro. Ela fumou também. Disse que sentia falta dos primos. Disse que domingo era um péssimo dia, o mercado não estava aberto. Disse que o Guga nunca mais voltará a ser o que era. Tu acha que a bolha desse pé é normal? E levantou aquele pé de velha na altura do peito.

Passaram horas falando sobre nada. Matavam a saudade de uma forma estranha. Mas espera! Que horas são? Não tem relógio nessa casa. Então, vou ver no carro. Caminhou emocionado até lá fora. O carro estava no meio da grama alta. Ratos e cobras passavam por ali, era próximo a um banhado. Um banhado que não existia quando ele era criança. Voltou com uma garrafa de espumante. São onze e meia, mãe!

- Onde você vai?

- Eu vou dormir. Não agüento mais.

- Mas é reveillon, mãe!

- Ah, não, filho, não dá. Feliz 1989 p'ra ti. E vê se me arranja um netinho logo, né? Boa noite.

(Solano Lucena)

Depois do Chaves

A primeira coisa que todos faziam quando chegavam na escola era deixar a mochila num lugar determinado onde, depois que batesse para o sinal de entrada, as professoras iriam buscar seus alunos em filas. Minha mãe era nova e me levava para o colégio de bicicleta. Eu era um dos primeiros a chegar sempre, colocava minha pasta naquela fila de mochilas e saía. Não me lembro para onde ia, talvez procurar amigos ou buscar um buraco para enfiar minha cabeça como aquele bicho engraçado que via nos desenhos animados, não lembro direito. Só lembro que, ao chegar, minha pasta não estava mais ali. Depois de muito procurar, a achava no meio do pátio já vazio, tinha sido pisoteada. Estava suja de areia e tinha as marcas dos tênis de quem provavelmente fez aquilo. O lanche, que ali dentro havia, se tornara migalhas. O cantil de suco ou de Nescau vazava pelos meus cadernos nojentos. Nojentos de tão amassados, nojentos de tão imundos, nojentos de tão humilhados, nojentos de tão vazios, nojentos de tantos desenhos inúteis.

Eu tinha uma certeza, gostava de desenhar. Escondia-me atrás da escada do colégio e cabulava aula. Desenhava no fundo do caderno. Esse fundo logo iria encontrar a metade, essa metade logo encontraria a matéria escrita com péssima caligrafia. Logo minha mãe seria chamada no colégio.

Minha mãe não era muito chamada no colégio, ao contrário, ela ia mais por vontade própria. Ela tinha vontade de ver o filho, que chorava em casa para não ir à aula, feliz. Desde minha creche ela vai reclamar da instituição. Nunca gostei da minha creche, eu era obrigado a comer sagu lá. E diziam que se eu vomitasse, teria que comer tudinho do prato.

No colégio, as orientadoras sugeriram que eu procurasse um tratamento psicológico. Acho que fazer o menino que me batia parar, era muito difícil, talvez ele fosse um super-herói ou filho do dono do colégio. Acho que a segunda opção é mais fácil de ser verdade, porque se ele fosse um novo super-herói: (1) eu seria um vilão, porque ele batia em mim, e (2) eu saberia, porque conhecia todos os heróis que passavam na televisão. E ele não era um. Ao menos, não na minha tevê.

(Solano Lucena)

Sexy

Era mais uma manhã como todas as outras. Senhor Mathias se senta na rede da varanda para ler o seu jornal rotineiro. Arruma o mate dentro da cuia. Como de costume. Pede para a Senhora Matias trazer a garrafa térmica. Como o faz diariamente toda manhã. Sem surpresas. Sem grandes surpresas. Seria assim, se ele não houvesse se deparado com uma grande bunda na capa do jornal.

Tudo começou no começo de tudo. Deus, muito cansado de criar animais sem sentido e depois extingui-los, criou o homem com um prazo de validade já acertada. Você pode brincar de Deus à vontade, Eu só quero ter cobertura completa em Minha onipresença.

Seu nome seria Adão para que ficasse evidenciada a grandeza de sua criação - um homem no aumentativo causaria inveja até no Diabo. Alguns anos depois, exausto de tanto assistir cenas bizarras de erotismo, Deus cria uma fêmea para a raça de Adão a partir de uma costela do mesmo, a primeira mulher da história, Eva de Adão. Dizem as más línguas que ali surgira o diálogo. Ou não.

Situação: homem faz grunhidos estranhos com a boca. Mulher considera aquilo, realmente, muito sexy. Eles fazem amor a noite toda. Ele era o único homem do mundo.

E eis que, o que era paraíso, virou história... No Evangelho.

Muitos e muitos anos mais tarde, já em 6 bilhões de Adões e Evas multicoloridos, o homem que representava Deus condenaria o preservativo. Deus, então, estava a favor da superpopulação e contra o combate ao vírus HIV. Deus estava contra um continente que sempre sofreu de discriminação. Deus estava contra seus astros que faziam campanhas de incentivo à camisinha. Deus estava contra a mulher que decidira não ter mais filhos, dom que Deus exclusivamente ofereceu-lhes como uma bênção. A escolha.

Deus, não. O homem que o representava. Deus teria se afastado do homem após a descoberta de Adão e Eva: Eva e Adão. Descoberta que o homem que o representava nunca poderá ter. Morto. Mas outros homens estavam em situações diferentes. Situações bem melhores.

Situação: homem faz grunhidos estranhos com a boca. Mulher, já independente, tem o direito de escolher... Ele era o último homem do mundo.

Situações nem sempre tão melhores. Mas o último homem do mundo tinha outras opções de lazer. Televisão, por exemplo. Ligara na novela e... O sexo tomava o que era só entretenimento.

Betina tinha seis anos quando ligou a televisão. Quando entornas teu corpo em meu, desejo-te imensuravelmente. Teus lábios salientes me chamam como em um atrativo jogo de sedução. Pego-te como se fosse a última vez. Entre meus braços viris és fidelidade. És para mim único destino. Betina tinha 16 anos quando disse foda-se à televisão.

O sexo tomava a arte. E a arte tomava o entretenimento.

(Poema Introduzido)
Girls, gatinhos e gays.
Gatinhos, gays e girls.
Gays, girls e gatinhos.
Capricho,
MTV
E American Pie.
Ponto G,
Ponto H
E o xis da questão.
G de gente,
X de Xuxa
E H de Comunicação.

E o sexo tomava a curiosidade. Que tomava a arte. Que tomava o entretenimento. A curiosidade, então, era multinfluenciada.

Tiravam suas roupas. Beijavam-se deliciosamente. Brincavam. Boca na boca. Boca no pescoço. Boca no dorso. Boca na boca. Boca no sexo. Sexo no sexo. Sexo na calça. Olhos nos olhos. Nojo nos olhos... Figurinhas repetidas.

Por fim, o sexo tomava a informação. E a informação tomava a sexualidade. Essa antes negada, em tempos remotos. Sexo seria conversa. Sexo seria atitude. Sexo seria a unidade monetária do século 21. Sexo seria não fazer amor.

Era mais uma manhã como todas as outras. Senhor Mathias se senta na rede da varanda para ler o seu jornal rotineiro. Arruma o mate dentro da cuia. Como de costume. Pede para a Senhora Matias trazer a garrafa térmica. Como o faz diariamente toda manhã. Sem surpresas. Sem grandes surpresas. Seria assim, se ele não houvesse se deparado com uma grande bunda na capa do jornal.

Estranhou, claro. Folheou e viu que tinha partes femininas por toda parte. Seios, vaginas, coxas, pés, axilas (deve haver um nicho de mercado para as axilas)... No fim do jornal, o rosto de uma linda moça lambendo seus lábios, com os dizeres acima: “Quer? Vem pegar!”. Ah! Aquilo não era admissível para ele. Não para ele! Ligou imediatamente para cancelar a assinatura daquele jornal nojento e despudorado.
- Serviço de Atendimento ao Assinante Folha da Manhã, como posso ajudá-lo?
- Eu quero cancelar já essa pouca vergonha! Esse jornal perdeu o senso de realidade! Assino a Folha da Manhã há 30 anos e nunca vi algo assim. Um absurdo!
- Seu nome?
- Matias.
- E como tu tá vestido, Matias? Hmmm... Quer se excitar?

(Solano Lucena)

segunda-feira, julho 04, 2005

Fico pasmo ao ver como as pessoas podem ser tão indelicadas. Eu me espanto como alguém pode passar frio. Indigna-me como alguém pode sentir fome. Um dia desses vi um mendigo revirando sacos e sacos de lixo em plena luz do dia. Não encontrava nada. Era visível seu desespero. Até que, no meio de um, encontrou uma embalagem de desodorante. Desodorante! Devia ter ainda um restinho e ele passou na barba, nos cabelos, na roupa, na boca. Escondia, ao menos, o antigo odor no perfume de aerosol que pôs.

Até que veio uma loira de mini-saia e o arrastou para o conversível dela. Saíram sorridentes e irresponsáveis por aí. E eu fiquei olhando. Fui até o saco de lixo e, sem ninguém notar, pus aquele desodorante na minha pasta...

(Solano Lucena)

poesia neo-concretista pós-moderna permeada d'um tom claramente realista e possuidora de sutis influências do impressionismo francês em sua essência

coxa
sobre
coxa

(Solano Lucena)

O Problema do Brasil

Pessoas bem vestidas fazem fila. Homem baixo de cabelos brancos é o último. Homem negro de óculos grossos entra.

- ...é, de novo essa merdinha. Esse salariozinho fodido p’ra sustentar dois filhos e uma mulher. Não é fácil. Lá em casa, seguimos a ideologia da minha tia: se sentir fome, vá dormir.

Homem baixo de cabelos brancos se vira para o homem negro.

- Como é que tu pode falar assim? Coloque suas mãos para cima e agradeça a maravilha que é estar vivo, infeliz. Um emprego, filhos, uma mulher, uma casa, saúde, uma sábia tia...

Homem negro de óculos grossos responde.

- Ô, mas eu não tenho nenhuma maravilha na vida, sou professor de geografia em ensino público. Sabe o que um dia desses um aluno me disse? Que o problema do Brasil é ter brasileiros demais. P’ra ele, um presidente estrangeiro é um caso urgente, resolveria tudo. Já ouviu merda maior? Minha vida passa longe de qualquer maravilha. Deus esqueceu de mim quando traçava o destino para esse mundo.

Homem baixo de cabelos brancos se indigna. Voz engrossa. Aponta o dedo. Rosto vermelho. A saliva é despejada a cada sílaba.

- Ora, homem! Que dizes? Queres dizer que estás duvidando do plano celestial para com seus discípulos? Achas Jesus um amador, é isso?

Homem negro de óculos grossos responde parecendo desiludido. Pessoas em volta – caixas e a fila – reparam a discussão.

- Não. Não disse isso também. Não sei. Não acho nada.

- Nada? Como assim? Não tens opinião sobre Ele?

- Não.

Assim, repentinamente, o chão abre em três, e no meio da fenda surge um enorme homem com uma armadura medieval prateada, uma longa barba branca e uma energia florescente em volta de seu corpo, isso deu uma certeza para aquele infiel, é Deus.

- Pai, esse homem pecador contesta Tua existência, mas saibas que cumpro os rituais de amor a Ti diariamente. Sou bom e ajudo a quem posso. Perdoe a alma desse pobre infeliz.

- Ná, eu gosto do Senhor, fizeste o céu e o mar. Acho bem bonito.

- Quietos, homens! Não quero ouvir mais suas vozes! Tu não crês em nada. Não acreditas que a vida pode ser mais bonita que a rotineira sala destruída. Tu não vês o outro como um próximo, tens medo de inovar e esqueces da função que exerces, não mostras aos jovens que, se passam fome, é porque não se organizam para evitar tal acontecimento. És um homem incompleto como ser. E quando me vês, falas isso? Deverias sentir vergonha do seu egoísmo... Olhe aquele irmão no sinal. Não tem pernas e, ainda assim, diverte o sádico conterrâneo com as embaixadinhas que faz. Ele não receberá dinheiro algum daquele senhor. Nem do próximo. Nem do outro ainda. Mas um homem a pé entenderá que tem muito mais do que precisa e o dará dinheiro para seu tratamento. Entendes a razão de viver? O ser pequeno não alcança o céu. O ser pequeno rói as paredes para que lhe caia o céu sobre a cabeça...

E Deus desaparece como a mesma intensidade que chegou. O infeliz homem senta-se na calçada. Vê o semáforo fechar pela terceira vez, e pela terceira vez, o homem do sinal não ganha nada com suas brincadeiras. Ele, então, olha para cima e resolve dar o dinheiro de seu trabalho para aquele cara. “Você merece”. Sai com a consciência tranqüila de quem ajudou para um mundo melhor, cumpre as promessas que fazia diante de qualquer palestra sobre o domínio norte-americano: ajudaria seu país no futuro que foi proclamado.

- Aí, Damião. Pode sair daí. O cara me deu um dinheirão, véio.

- Vixe, isso que é piedade, hein?

- Hahaha!

- Tá, um p’ra mim, um p’ra ti, um p’ro Damião, um p'ro gerente e um p’ro tio dos efeitos especiais...

(Solano Lucena)