sexta-feira, abril 29, 2005

O exercício é atravessar os obstáculos imaginários, ok?

A mulher que amava lhe pedia, ao pé d’ouvido, ajuda para um trabalho de classe. Mas ela não estudava em sua classe. Logo, estava sonhando.

No sonho, ela era loira. Na vida real, morena. No sonho, estava vestida de noiva. Na vida real, de bailarina. No sonho, ele era um sapo faxineiro e ela precisava dele. Na vida real, só faxineiro e ela nem sabia de sua existência.

Um trabalho para apresentar em classe... Bom, alguém o havia dito que sua mente era produtiva, ele acreditara e seguira adiante.

Diante de uma turma de 31.168 Chapeleiros Malucos verdes-limão, estava estático. Olhara para o lado e via a mulher de seu sonho torcendo. Olhara para o outro e via um amigo segurando um paletó, "põe, põe, põe". Agora era só ele naquele sonho esquisito...

Fechara os olhos e ouvira sua consciência de sapatilhas lhe dizer o que fazer. Olhou para um ponto fixo. Não piscava um olho. Esperou a sala fazer silêncio. Shhh... Diante de nenhum ruído, contou até três e apresentou o trabalho. Era tímido, mas talvez estivesse curado. Conseguia falar para inúmeras almas dali, mas parecia que não havia ninguém. Só ele. E o texto pulsando em sua cabeça. Estava no fim... Logo acabaria...

Acordou. Tinha 21 anos, não estava trabalhando e a mulher que amava lhe era indiferente... Entre o sonho e a realidade, ele não tinha preferências.

(Solano Lucena)

Toque-se

Tem gente que morre por preguiça. Tem gente que morre por ignorância. Tem gente que morre por vaidade. Tem gente que morre desconfiando. Tem gente que morre aceitando. Tem gente que morre alimentando. Tem gente que morre depois.

Tem gente que chora depois. Tem gente que julga depois. Tem gente que não conhece o depois.

Não espere pelo primeiro sintoma, pode ser tarde demais. Câncer de mama mata. Faça o teste.

Ligue: 0800, 558 166. Ou entre no site: www.cancerdemama.org.br.

Tem gente que gostaria de ter sabido disso antes...

(Solano Lucena)