O exercício é atravessar os obstáculos imaginários, ok?
A mulher que amava lhe pedia, ao pé d’ouvido, ajuda para um trabalho de classe. Mas ela não estudava em sua classe. Logo, estava sonhando.
No sonho, ela era loira. Na vida real, morena. No sonho, estava vestida de noiva. Na vida real, de bailarina. No sonho, ele era um sapo faxineiro e ela precisava dele. Na vida real, só faxineiro e ela nem sabia de sua existência.
Um trabalho para apresentar em classe... Bom, alguém o havia dito que sua mente era produtiva, ele acreditara e seguira adiante.
Diante de uma turma de 31.168 Chapeleiros Malucos verdes-limão, estava estático. Olhara para o lado e via a mulher de seu sonho torcendo. Olhara para o outro e via um amigo segurando um paletó, "põe, põe, põe". Agora era só ele naquele sonho esquisito...
Fechara os olhos e ouvira sua consciência de sapatilhas lhe dizer o que fazer. Olhou para um ponto fixo. Não piscava um olho. Esperou a sala fazer silêncio. Shhh... Diante de nenhum ruído, contou até três e apresentou o trabalho. Era tímido, mas talvez estivesse curado. Conseguia falar para inúmeras almas dali, mas parecia que não havia ninguém. Só ele. E o texto pulsando em sua cabeça. Estava no fim... Logo acabaria...
Acordou. Tinha 21 anos, não estava trabalhando e a mulher que amava lhe era indiferente... Entre o sonho e a realidade, ele não tinha preferências.
(Solano Lucena)
No sonho, ela era loira. Na vida real, morena. No sonho, estava vestida de noiva. Na vida real, de bailarina. No sonho, ele era um sapo faxineiro e ela precisava dele. Na vida real, só faxineiro e ela nem sabia de sua existência.
Um trabalho para apresentar em classe... Bom, alguém o havia dito que sua mente era produtiva, ele acreditara e seguira adiante.
Diante de uma turma de 31.168 Chapeleiros Malucos verdes-limão, estava estático. Olhara para o lado e via a mulher de seu sonho torcendo. Olhara para o outro e via um amigo segurando um paletó, "põe, põe, põe". Agora era só ele naquele sonho esquisito...
Fechara os olhos e ouvira sua consciência de sapatilhas lhe dizer o que fazer. Olhou para um ponto fixo. Não piscava um olho. Esperou a sala fazer silêncio. Shhh... Diante de nenhum ruído, contou até três e apresentou o trabalho. Era tímido, mas talvez estivesse curado. Conseguia falar para inúmeras almas dali, mas parecia que não havia ninguém. Só ele. E o texto pulsando em sua cabeça. Estava no fim... Logo acabaria...
Acordou. Tinha 21 anos, não estava trabalhando e a mulher que amava lhe era indiferente... Entre o sonho e a realidade, ele não tinha preferências.
(Solano Lucena)