O Dia dos Namorados e seus Comunicadores
Uma amiga me disse um dia desses, “eu posso passar o ano inteiro sozinha, mas, no Dia dos Namorados, eu não admito!”. Pensei: bacana, ela entende mais de Comunicação Social que eu.
É até engraçado, a cada dia 12 de junho, as mesmas armas são utilizadas como um mesmo objetivo de um mesmo marketing específico. Ciclicamente. Ano a ano. Mas não é novidade que estejamos mais românticos nesse mês. Não é novidade também que sintamos mais carência afetiva. É bastante comum até reavaliarmos alguns conceitos. Afinal, estamos aí.
Ao meu ver, o Dia dos Namorados, como objeto publicitário, representa a fragilidade de uma linguagem antes eficiente, é como se ele representasse a nudez da persuasão. Se existe um público-alvo, ele deve estar dizendo agora, “e lá vou eu cair de novo...”. Parece ser a necessidade gratuita mais presente em nossas vidas. Quando uma mídia de massa te desmascara, você tem um problema. Quando acontece o contrário, o problema é coletivo.
Eis um dia que não existiria, de forma alguma, sem os redatores-poetas e seus floristas-diretores de arte. Nos Estados Unidos e em diversos países europeus, a data leva o nome de Valentine’s Day, uma homenagem a São Valentino, padre que foi executado por promover o matrimônio e a vida em família ao exército romano - esse proibido de se casar - durante o Império. Porém, no Brasil, a origem da comemoração já não é tão cristã. Em 1949, a marca Clipper encomendou a uma agência de publicidade chamada Standard uma campanha que visasse enaltecer seu comércio no mês de junho, considerado o pior mês de vendas do ano, até então.
Surgido o dia, a premiação. Após a premiação, a tendência. Logo depois da tendência, o gosto popular. E, assim, o dia mais apaixonado do calendário reafirma sua origem mercadológica. O casal do outdoor é muito convincente: ame alguém e tenha tudo. Ou espere ganhar de presente.
Feliz Dia dos Namorados para todos. E, se estiver sozinho 12 de junho, adote o estilo mais patriota. Ou simplesmente não ouça a propaganda que vive fora de você.
(Solano Lucena)
É até engraçado, a cada dia 12 de junho, as mesmas armas são utilizadas como um mesmo objetivo de um mesmo marketing específico. Ciclicamente. Ano a ano. Mas não é novidade que estejamos mais românticos nesse mês. Não é novidade também que sintamos mais carência afetiva. É bastante comum até reavaliarmos alguns conceitos. Afinal, estamos aí.
Ao meu ver, o Dia dos Namorados, como objeto publicitário, representa a fragilidade de uma linguagem antes eficiente, é como se ele representasse a nudez da persuasão. Se existe um público-alvo, ele deve estar dizendo agora, “e lá vou eu cair de novo...”. Parece ser a necessidade gratuita mais presente em nossas vidas. Quando uma mídia de massa te desmascara, você tem um problema. Quando acontece o contrário, o problema é coletivo.
Eis um dia que não existiria, de forma alguma, sem os redatores-poetas e seus floristas-diretores de arte. Nos Estados Unidos e em diversos países europeus, a data leva o nome de Valentine’s Day, uma homenagem a São Valentino, padre que foi executado por promover o matrimônio e a vida em família ao exército romano - esse proibido de se casar - durante o Império. Porém, no Brasil, a origem da comemoração já não é tão cristã. Em 1949, a marca Clipper encomendou a uma agência de publicidade chamada Standard uma campanha que visasse enaltecer seu comércio no mês de junho, considerado o pior mês de vendas do ano, até então.
Surgido o dia, a premiação. Após a premiação, a tendência. Logo depois da tendência, o gosto popular. E, assim, o dia mais apaixonado do calendário reafirma sua origem mercadológica. O casal do outdoor é muito convincente: ame alguém e tenha tudo. Ou espere ganhar de presente.
Feliz Dia dos Namorados para todos. E, se estiver sozinho 12 de junho, adote o estilo mais patriota. Ou simplesmente não ouça a propaganda que vive fora de você.
(Solano Lucena)